domingo, 28 de março de 2010


Ele me disse que os caminhos se encontram e se desencontram. Referia-se ao nossos caminhos. Que haviam se encontrado e desencontrado algumas vezes. Mas naquela hora do desencontro eu queria dizer que estava de encontro a todas as suas ideias monárquicas e humilhantes. Queria dizer que o achava um filho da puta imbecil. E que se houvesse justiça mesmo ele não continuaria amarrando pessoas em trapézios ameaçando desnudá-las. "Tiro ou não tiro? Está com peninha?"
Pois o que queria era te ver no nosso próximo encontro amarrado num trapézio sem roupa e chorando. Chorando de verdade, porque as lágrimas que eu vi daquela vez não eram verdadeiras. Coisas que uma mente ociosa fabrica. No nosso próximo encontro. Direto. Frente a frente. Eu te direi que é um covarde muito mais inseguro que eu. E que essas suas vontades descabidas é doença e que precisa de tratamento. Que tenho um rancor tão fundo que beira à vingança. E a alimento a ferro e fogo. Porque quero-o ver encontrando a solidão que ainda não provaste. A solidão da necessidade do outro. Da confiança do outro. Essas coisinhas pequenas que tem e te faz superior um dia finda. E então eu vou te dizer tantas e tantas coisas. Mas isso só direi no nosso encontro. Porque nosso desencontro durará muitos dias ainda

2 comentários:

  1. Impossívelpra mim não ler duas vezes

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  2. Puta merda, procuro definição pro que eu sento a meses e essa frase "A solidão da necessidade do outro" me tira o peso do indecifrável das costas.

    Que delícia ver essa blog renascendo...

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