quarta-feira, 7 de abril de 2010

"entre tantos planos, entre tantos outros"

Eu já tive tantos planos, sonhos e desejos tão egoístas. Eu já achei que tinha que esperar o amor bater na cara e me tirar da inércia, virar minha vida de ponta-cabeça. Eu achei que tinha que ser aceita e aceitar o outro do jeitinho exato que ele era. Que eu tinha que fazer valer a pena, eu já achei tanta coisa.
Eu quis achar um amor avassalador pra viver "pro-resto-da-vida", tentando um 'felizes-para-sempre' moderno, e algumas vezes até me forcei a este impossível.
Depois de muito tempo e alguns amores, eu reconstrui essa minha ideia de encontro. Entendi que não é inteligente ficar sentada esperando o amor passar e me dar um tapa na cara, me tirar da inércia e virar minha vida de ponta-cabeça porque a minha vida vale mais. Bom mesmo é quando o amor surge no sútil do de repente, quando ele se encaixa no agora e vai ocupando os espaços, preenchendo os vazios e alinhando as ideias. Hoje quero e tenho um amor claro, são, saudável e livre. Eu entendi que ser livre e consciente da liberdade de ser quem é e ceder quando dá, vale mais do que ter borboletas voando no estômago e faz muito mais sentido.
Compreendi que não há a pessoa certa sem defeitos ou cicatrizes pr'eu me juntar, e que eu sou assim tão imperfeita como ela, porque ambos vivemos antes do nosso encontro e só quem vive tem marcas, cicatrizes e passado. E o passado nem sempre é ferida aberta cutucada com canto de unha suja, pode ser um banco de dados de lições de 'como ser mais feliz na próxima', pode ser menos dolorido, traumático e trágico. Pode ser lembrança apenas de encontros anteriores que foram o que deram pra ser e por isso mesmo não foram ireais como eu pensava que os encontros tinha quer ser antes.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Eu não tenho um amor, eu tenho um abraço

Hoje de manhã, enquanto cozinhava o arroz para o almoço, eu repeti entre lágrimas inúmeras vezes que você não me ama, que você não é meu amigo, que você nunca gostou de mim, que você não me ama, que você não é meu amigo, que você nunca gostou de mim. Eu quero que esses espinhos penetrem logo na carne.
Meus sonhos nunca foram seus sonhos.
Minha dor nunca foi sua dor.
Minha saudade nunca foi surpreendida.
Mas você me abraça.
Para que seus sonhos não sejam só seus.
Para que sua dor seja dividida.
Para que nunca mais você precise lembrar do que é sentir saudade.

domingo, 4 de abril de 2010


Nos encontramos na noite passada. Sentou-se na minha frente e eu tinha uma vontade alucinante de te tocar, mas havia uma barreira vísivel que não me permitia: o ar. E depois, houve cumprimentos frios, beijos no rosto, ausência de palavras. Não queriamos um ao outro: não na noite passada. O que nos acontece que sempre nos queremos a distência? Quando nos encontramos falta algo, não sei. Parece que está tudo engatilhado e aquela coisa que acontece entre o encontro dos corpos e o encontro dos lábios sempre falha. Que impotência é essa de uma coisa que não sei como se chama? Absolutamente.

E escuto o caetano 'velosamente' para não pensar na gente. Porque eu mesmo não entendo quem somos, entende? E também não sei onde nos desencontramos. Se foi simplesmente um caso de agendas ocupadas. E me pergunto mesmo se nossos corpos se queriam ou apenas suportavam um a presença do outro. Se nos enganamos como todos dizem, porque essa falta que fazemos na lembrança?

" Não importa com quem você se deite. Que você se deleite seja com quem for. Apenas peço que aceite o meu estranho amor."