segunda-feira, 17 de maio de 2010

Por que raios eu não fugi dessa igreja?

Por que raios eu não fugi dessa igreja?

Minha maquiagem sempre fica meio mal feita. Logo, nunca serei uma mulher plena. E também raramente me sinto bem usando saltos. E me falta a paciência para depilar a perna com cera. É que não me lembro de terem me pedido pra ser mulher. Já me ensaiaram a beleza, já me disseram a feiúra, já me fizeram a tristeza. E, no mais, eu sempre estive confortável sendo menina, aspirante a tola, tola a aspirante. A mulher em mim só aparece de vez em quando. Pra pedir dinheiro, pra pedir um pouco de amor.
Bem, eu não tenho dinheiro, eu não tenho amor. Sugeri que ela pedisse o divórcio e me deixasse em paz. Ela disse que só iria se dividíssemos os bens, que era seu direito, que metade de mim pertencia a ela. Quer que eu vá à falência, mulher? Então não nos divorciamos. Ela blablablablando que quer porque quer uma casa mais organizada, os pratos limpos, o chão varrido. Eu querendo meus livros, minha rede, meu futebol. Cerveja não, que dá barriga

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